quarta-feira, 3 de agosto de 2016

APRENDI A SER COMO SEMPRE QUIS SER


Aos 43 anos, quase 44, dou-me ao luxo de ser o que quiser ser. Já vivi tempo suficiente para deixar transparecer minhas vontades, gostos e preferências. Rugas tenho muitas, mas elas representam as marcas deixadas por anos de experiências bem vividas.

Não me arrependo de nada do que fiz durante esses anos e nunca digo que poderia ter feito diferente se tivesse outra oportunidade. Eu fiz o que tinha que ser feito e o que o meu coração mandava no momento. Não existe essa história de querer voltar no tempo. Se existisse, voltaríamos com a mesma cabeça e faríamos tudo outra vez da mesma maneira. Sendo assim, não devemos nos arrepender do que decidimos, pois foi o que nos cabia em determinada ocasião.

Essa foto me representa 100% e transparece todas as minhas vontades, preferências e escolhas de levar a vida. Cabelão bagunçado que não pretendo cortar tão cedo, pelo menos enquanto os brancos não vierem. Quando vierem, penso no que fazer. Odeio salão de beleza, tenho alergia a cheiro de esmalte, então corto as pontas em casa uma vez ao ano, algo impensável para uma sociedade como a nossa. Imagine! Uma mulher de mais de 40 anos, tão despreocupada com a aparência! Unhas então, que vergonha!

Na verdade eu sou é desprendida, não desleixada, mas despreocupada. É tão mais fácil ser assim! Gosto de comprar roupas, sapatos e outros itens femininos, no entanto, o faço quando surge uma oportunidade, deixei de ser compulsiva há tempos. Quando tenho uma festa mais formal, escolho dentre os dois vestidos formais que tenho no guarda-roupa, faço um coque no alto da cabeça, lixo as unhas e passo um esmalte incolor e ponho o meu único sapato de salto, um Picadilly Comfort, ou uma sapatilha Melissa preta delicada. Sim, já fui de Melissa a casamento.

Gosto de vestidos longos, que uso com jaqueta, cardigã e casaquinhos. Acho super prático para qualquer ocasião. Tenho vários, de várias cores, que uso para trabalhar e passear. Uso bolsas bem casuais, não me vejo usando uma bolsa com corrente ou algo parecido. Tenho umas três clutches que uso em ocasiões mais formais, uma preta, uma bege que comprei em Roma, baratíssima por sinal, outra com a bandeira da Inglaterra de strass, que comprei em uma ida à 25 de Março. Adoro a marca Kipling, mas só compro quando viajo, pois aqui no Brasil é impossível. Vou trabalhar de mochila, pois pego ônibus e acho mais fácil carregar tudo o que preciso.

Sapatos gosto do estilo "não machuca o pé". No inverno uso coturnos e botas bem confortáveis e no verão uso sapatilhas com um salto interno para evitar dor nas costas. Geralmente compro Usaflex, Cravo e Canela e Melissa, que são marcas que atendem às minhas necessidades lombares. Compro um ótimo tênis por ano para as caminhadas, questão de saúde.

Amo echarpes, lenços, chapéus, gorros, óculos grandes e colares longos. Quando viajo, uso o mesmo casaco o tempo todo. Esse da foto foi usado em minha última viagem durante um mês inteiro. Viajo no frio, então não suo. Lavo a roupa de baixo no quarto do hotel, inclusive as blusas térmicas e calças. Três de cada são suficientes para revezar durante os dias de viagens. O ar seco e calor do aquecedor secam as roupas da noite para o dia. Assim, com um casaco preto, um óculos Onassis, um cachecol e um gorro, sinto-me a pessoa mais importante do mundo, andando pelas cidades. Pelo menos na minha cabeça me vejo assim.

Meu perfume, também é marca registrada, é o Flowers da Kenzo. Compro quando viajo ou em alguma promoção na internet. Como não gasto muito dinheiro com maquiagem, dou-me ao luxo de comprar um perfume importado para usar o ano todo. Maquiagem é apenas o básico para não assustar as pessoas. Gosto de base, corretivo, lápis, rímel e batom no dia a dia. Em raras ocasiões, uso sombra e blush.

Esse é o meu estilo, sem muito a destacar, no entanto me sinto desprendida de padrões pré-estabelecidos. Não bebo, mas como o que tenho vontade, sem exageros. Não como carne vermelha por opção e como açúcar por opção. Amo doces, tortas, bolos, chocolate, mas me controlo para não desenvolver diabetes e outras doenças. Ando muito a pé, por não dirigir, o que me proporciona um condicionamento bom quando viajo, para carregar mala, subir e descer escadas de metrô e andar pelas cidades. Faço caminhadas regularmente, não gosto de academia. Gosto de nadar, mas perto da minha casa é muito caro, então prefiro andar e economizar dinheiro para viajar.

Trabalho no que amo, hoje consigo me organizar e trabalhar menos, para poder desfrutar do que construí até aqui. Gasto pouco, consigo comer em casa, o que me faz economizar uma boa grana e manter uma alimentação saudável. Claro que de vez em quando me rendo à coxinha da faculdade. E quem não se rende?

Tenho um apartamento confortável com o suficiente para viver tranquilamente. Sem luxos, nem móveis caros ou sancas, mas ideal para o meu estilo de vida atual. Prezo apenas por um bom colchão, sofá confortabilíssimo, que serve de mega cama para visitas (onde já dormiram minha cunhada, cunhado e 2 filhos pequenos ao mesmo tempo), TV grande para ver os meus filmes no NETFLIX, uma máquina de café e uma lavadora que lava e seca. Odeio estender roupa no inverno. No verão a roupa já sai quase seca.

Adoro bichos, tenho 4 gatas, cada uma com uma personalidade diferente. Só faltam falar, pois leem pensamento. Tenho poucas coisas à mostra por causa delas, quando dão para correr pela casa, não há vaso que pare em pé. Na verdade gosto disso, pois é mais fácil limpar e organizar em dia de faxina. Não tenho faxineira. Quanto mais coisas se tem, mais tempo se leva para arrumar. Prefiro gastar o tempo, lendo, vendo filmes e series e me reunindo com família e amigos.

Não tenho filhos, mas tenho sobrinhos maravilhosos. Todos "cuecas", inclusive os filhos da maioria dos meus primos, com exceção de algumas princesas fofas. Amo ser tia e madrinha. Tenho 4 afilhados, dois meninos e duas meninas. Todos queridos!

Como bem disse, a foto acima representa o que sou: alegre, mesmo às vezes estando triste por dentro, confiante, despojada, despreocupada e engajada em fazer de todos o melhor dia da minha vida.



EU NÃO ASSISTO TV (OU RARAMENTE ASSISTO TV)





Há algum tempo venho diminuindo o hábito de assistir TV em geral, aberta ou a cabo. Quando vim morar em Curitiba, há pouco mais de 20 anos, passei a trabalhar a noite, sendo assim, nem mesmo o noticiário e as novelas faziam parte da minha rotina. Na época da faculdade, eu também passava as noites fora, em aula, não tendo o costume de acompanhar alguma novela ou série específica.

Nessa época, só nos restava a TV aberta, em que os canais disponíveis eram Globo, SBT e Bandeirantes, dependendo de como a antena era virada. Bem isso, hoje as crianças e adolescentes nem imaginam a saga que era alguém ficar lá fora virando a antena, enquanto outro membro da família ficava em frente à TV gritando: "vira!", "vira mais!", "tá bom!", "passou!" etc. Havia também o famoso "Bombril" pendurado na antena interna. Desconheço o fator científico que fazia a imagem melhorar um pouco. Controle remoto não existia, nem precisava, pois com três canais, não havia muita opção. A vassoura ajudava às vezes.

Assistia à Globo, na maioria das vezes porque era o canal que pegava melhor e tinha os programas que mais nos interessavam. Quando estudava à tarde, depois de tomar o café, arrumar a cama e fazer a tarefa escolar, assistia ao "Balão Mágico" até a hora do almoço. Ao passar a estudar pela manhã, após o almoço e ajudar a mãe na louça, assistia à Sessão da Tarde, filmes com a Shirley Temple, temas religiosos e da Idade Média, comédias hollywoodianas, dentre outros.

A TV foi de 14 polegadas e em branco por muitos anos e apenas quando eu completei 10 anos, tivemos em casa uma TV de 20 polegadas (PHILCO FORD) e colorida. Até hoje eu lembro a felicidade de ver pela primeira vez o Cid Moreira em cores. Sim, o primeiro programa que vi em cores foi o Jornal Nacional antes de ir para a cama. Até os meus 12 anos, eu e meus irmãos íamos para a cama lá pelas 20h30, quando terminava o jornal.

Com o advento do videocassete, a nossa concepção de TV mudou radicalmente, pois podíamos controlar o andamento do filme e isso era o máximo. Eu já tinha 15 anos e minha mãe comprou um aparelho de 4 cabeças nas Lojas Buri no centro de Paranaguá. Sim, eu sou velha!

Na época do namoro e depois de casada, meu marido e eu passávamos na locadora no final de semana e pegávamos muitos filmes para assistir. Nunca fomos de balada, então o nosso luxo era assistir a um filme em casa, só nós dois ou com amigos, preparando um jantar ou lanche para acompanhar. Quando compramos nosso primeiro DVD, apreciamos a facilidade, pois não precisávamos rebobinar a fita cassete, caso contrário, pagaríamos uma multa de 1 real por filme não rebobinado.

Nessa época, trabalhava os três períodos e não tinha tempo para assistir TV, então continuei a não acompanhar as novelas. Meus pais na época ganharam uma promoção ao comprar um DVD Player: uma assinatura da TV a cabo NET. Foi a primeira vez que tivemos acesso a canais internacionais, o que para mim foi muito interessante, pois sou professora de inglês e poder assistir aos canais de notícias como CNN era algo que ajudaria no desenvolvimento da língua. Era um pacote básico (39,90), no entanto ideal para o que precisávamos, alguns canais de filmes, desenhos, programas em geral.

Com o acesso à Internet banda larga, já não assistíamos com tanta frequência aos canais da TV a cabo, nem mesmo nos final de semana. Desso modo, optamos por cancelá-la e pagar um plano melhor de Internet. Trabalhava bastante e ainda fazia cursos de especialização, o que não possibilitava gastar tempo em frente à TV. Depois, com o NETFLIX, 'streaming' barato em relação à TV a cabo, me convenci de que realmente não precisava pagar caro para assistir a filmes e séries. Claro que as temporadas e lançamentos de filmes demoram mais a chegar, porém aprendi a aproveitar o que me é oferecido, sem estresse ou ansiedade. Esse é um tema para outro post.

Hoje posso dizer que raramente assisto a programas de TV. Tenho TV, aliás duas, uma na sala e outra no quarto que usamos para assistir a filmes baixados, NETFLIX e vídeos do YOUTUBE. Novelas, programas de auditório, culinária, reality shows, dentre outros, não fazem parte da nossa vida. Meu marido ainda assiste ocasionalmente aos jornais da TV aberta na cozinha quando está tomando café da manhã ou nos finais de semana quando estamos preparando o almoço, no entanto eu aproveito o tempo de que disponho para assistir aos canais do YOUTUBE sobre temas que me interessam, como viagens, estilo de vida, organização etc.

Quando viajo para fora do país, costumo ligar a TV do hotel para ouvir a língua local, bem como saber um pouco sobre a cultura do povo que estou visitando. Isso quando chego à noite e me preparo para dormir ou organizo meu itinerário. Na Europa e Estados Unidos não existe TV aberta. É preciso pagar por TV a cabo, assim como Internet.

Claro que quando vou à casa de alguém assisto ao programa que a pessoa está acompanhando, mas prefiro uma boa conversa com um café a prestar atenção no capítulo da novela. Nessas horas um Smartphone carregado me salva a vida. Confesso que tenho preguiça de novelas e não suporto a voz do Faustão.

Desde que adotei um estilo de vida mais leve, com menos coisas materiais, estou menos estressada. Leio mais, passo mais tempo com os entes queridos, estudo, planejo meus destinos de viagem e não sinto necessidade de estar por dentro dos fatos das celebridades. Sei dos acontecimentos pelas redes sociais, disso ainda não desliguei, nem pretendo no momento. Ainda preciso estar em contato com o que está ao meu redor pelo fato de ser professora, então as redes sociais me ajudam a saber as novidades em educação, cursos, documentários etc. Estou sempre online por questão profissional e lazer também.

Sou dona do meu tempo e da minha vida e ninguém melhor pode decidir que roupa vou usar, o que vou comer e como vou passar os meus dias. Não preciso de anúncios publicitários de carros ou bancos me dizendo que eu sou especial. Eu sou o que eu decido ser!









UM TEMPO SOZINHA

Apesar de não parecer, sou uma pessoa muito introvertida. Essa característica me faz alguém que tira a energia de forma diferente das pessoa...