sexta-feira, 9 de setembro de 2016

PRECISAMOS FAZER AS NOSSAS ESCOLHAS


Quando somos pequenos, as escolhas são feitas para nós, pois não temos capacidade de decidir o que é melhor em cada situação. Escolhem nossa comida, vestimenta, educação, enfim somos o reflexo das escolhas dos nossos pais ou responsáveis. Com o passar dos anos, damos sinal de que somos capazes de fazer as nossas escolhas e vamos nos tornando independentes, conduzindo a nossa vida a partir do que cremos ser o melhor caminho a seguir.
Às vezes, mudamos o rumo da nossa vida, trocamos de emprego, desistimos de um curso e começamos outro, seguimos outra crença ou filosofia e deixamos de lado uma maneira de ser para experimentarmos uma vida mais intensa ou mesmo mais leve.
Se somos livres para decidir o que é melhor para nós na fase adulta, por que ainda nos preocupamos tanto com o que as outras pessoas pensam de nós? Por que agimos sempre para satisfazer as pessoas ao nosso redor? Por que precisamos da aprovação da sociedade para sermos felizes?
O tempo todo ouvimos as pessoas dizerem o que temos que fazer. Precisamos estar com o cabelo e o corpo de tal maneira, temos que ter uma carreira, uma casa grande, uma família de comercial de margarina, um carro do ano, os últimos inventos tecnológicos, enfim somos bombardeados com propagandas dizendo que só seremos felizes se adquirirmos determinados bens.
E vamos ouvindo "você tem que" todos os dias até o fim da nossa vida.
Não basta ser solteiro e querer viver sozinho. Você tem que casar. Não basta apenas casar. Você tem que ter filhos, senão será considerado egoísta. Não basta ter um apartamento confortável apenas com o suficiente para viver. Você precisa de um imóvel grande e outros bens também, além de um carro do ano, pois utilizar transporte público não é ideal para uma pessoa do seu status.
Você tem que conhecer o Brasil, antes de viajar para o exterior. De que valem tantas fotos em lugares magníficos, se você não conhece o seu país? Você tem que fazer aplicações com o seu dinheiro para dobrar o seu patrimônio. Você tem que, tem que, tem que...
Algumas pessoas me olham com estranheza ou pena quando digo que vou ao cinema sozinha. Ir a um restaurante sozinha então é algo fora da realidade. Uma mulher casada viajar sozinha é inconcebível em nossa sociedade. As pessoas tem que estar sempre dando palpites sobre o que é melhor para a nossa vida. Muitas vezes as boas intenções acabam invadindo a nossa privacidade. É preciso respeitar o espaço do outro e só sugerir algo quando realmente for solicitado.
Gosto de ficar em uma fila quieta, entrar em um táxi e permanecer calada, sentar em um parque e ler um livro sozinha, ouvir uma música em paz, entrar em uma igreja e me perder em pensamentos.
Aprecio também os momentos em família e com os amigos e aproveito as boas conversas e risadas, no entanto, há situações em que prefiro divagar e ouvir a minha mente apenas.
E não é por isso que "tenho que procurar um analista". Foi-se o tempo em que me cobrava para ser como os outros. As poucas vezes em que fui a um lugar tumultuado com música alta, me perguntei por que não preferi estar em casa lendo ou assistindo a um filme. Já fui a shows, mas com o propósito de ver o meu cantor ou banda favoritos, e não porque todo mundo estava indo.
Acho que sou crescida o suficiente para fazer as minhas escolhas. Ouço conselhos e decido o que é melhor para mim, só não sou levada pelo que os outros acham que é o mais certo fazer. Às vezes digo que vou fazer o que me sugeriram até para cortar a conversa e não prolongar a discussão. Confesso que algumas pessoas me dão preguiça, assim é melhor me calar, fingir que aceitei e fazer o contrário. Pode ser sarcástico, porém me poupa de aborrecimentos.

UM TEMPO SOZINHA

Apesar de não parecer, sou uma pessoa muito introvertida. Essa característica me faz alguém que tira a energia de forma diferente das pessoa...