terça-feira, 25 de outubro de 2016

NÓS NÃO SOMOS O QUE POSSUÍMOS





Há uns dias assisti a um vídeo no Youtube sobre técnicas de organização para uma vida melhor. De fato, ultimamente tenho me preocupado em analisar a utilidade de cada item existente em meu apartamento e decidir se o descarto ou permaneço com ele. Já li os dois livros de Marie Kondo, uma autora japonesa que ensina maneiras de "destralhar" a vida, e passei a adotar o desapego como lema.

O vídeo em inglês é do autor Andrew Mellen, um expert em organização, que ensina as pessoas a arrumar a casa, o trabalho e a vida, utilizando 3 princípios básicos: 1) tudo tem o seu lugar; 2) itens similares juntos; 3) quando algo entra, algo sai (tradução minha).

Parecem as palavras da nossa mãe na infância mandando arrumar o quarto, no entanto, se elencarmos esses princípios seriamente, teremos menos trabalho. Aliás essa é a proposta: organizar as coisas para que não precisemos passar a vida toda procurando objetos perdidos e acumulando coisas que não usamos mais, ou nem mesmo sabíamos que tínhamos.

O autor defende a mesma ideia de Marie Kondo sobre se desapegar de coisas que não têm mais valor algum ou que guardamos porque pertencia a um ente querido, levando-as como um fardo, sentindo-nos culpados se as descartarmos.

O primeiro princípio "tudo em seu lugar" refere-se a termos um lugar específico para todas as coisas em nossa casa. Por exemplo, nossas chaves, ao chegarmos da rua, vão diretamente para uma caixa ou para um porta-chaves pendurado na parede. Isso vale para tudo o que possuímos, desde objetos utilizados no dia a dia, como a cafeteira, que pode estar em uma bancada, com fácil acesso a todos na casa, ou um martelo, que é utilizado de vez em quando, sabendo-se que o seu lugar é na caixa de ferramentas.

Os livros estão sempre na estante da sala ou escritório, com exceção do livro de receitas que precisa estar na cozinha para o preparo de uma receita. Mantém-se o princípio de que as coisas devem ser disponibilizadas de maneira que facilitem o manuseio.

Esse princípio eu  sempre tive como essencial, sempre fui uma pessoa organizada e me incomoda ver as coisas espalhadas por toda a parte. Isso significa que se alguém me pedir uma tesoura, agulha, fita adesiva ou qualquer outra coisa, eu sei exatamente onde encontrar. Essa prática me faz economizar tempo e dinheiro até, pois muitas pessoas acabam comprando coisas repetidas porque não sabem onde colocaram algum objeto. O autor fala que, em média, uma pessoa passa um ano da vida procurando por objetos perdidos.

O segundo princípio "itens similares juntos" é sobre colocarmos os objetos da mesma categoria em um mesmo local, para visualizar a utilidade de tudo o que temos, avaliando a real necessidade de cada item. Por exemplo, temos um lugar para colocar todos os materiais de escritório, artesanato etc.
Assim, podemos decidir se precisamos comprar mais, ou podemos nos desfazer de algum item. Como mencionei, sempre fui uma pessoa organizada, mas ao mesmo tempo, era acumuladora de "tranqueiras" e isso não é nem um pouco saudável, pois gastava muito tempo tirando o pó das prateleiras e das coisas à mostra, tendo muitas caixas dentro e em cima do guarda-roupa, as quais não tocava há tempos. A partir do momento em que resolvi "me livrar" do excesso, tudo consequentemente mudou. O sentimento de alívio veio imediatamente, além do fato de estar ajudando as pessoas para quem direcionei os objetos. Essa decisão foi um divisor de águas em minha vida.

Para citar um exemplo prático dessa decisão, tenho em minha cozinha, somente o que uso. Livrei-me dos talheres, pratos, xícaras e outros objetos em excesso. Não preciso de duas espátulas de bolo. Se receber mais pessoas em casa, programo-me, empresto, uso descartáveis, enfim não preciso viver a vida toda com a cozinha cheia de objetos que uso de vez em quando. Somos apenas eu e meu marido em um apartamento pequeno.

Mantendo essa mesma ideia, o terceiro princípio, "quando algo entra, algo sai", faz-nos pensar sobre cada item novo que adquirimos. Devemos avaliar a real necessidade da compra. O autor é bem realista em relação a isso. Ele afirma que, se você tem uma casa grande e espaço para 100 sapatos, ao comprar o sapato de número 101, pode se desfazer, doando um de sua coleção. A quantidade de coisas que temos deve nos fazer feliz e não ser um entrave para deixarmos de fazer o que gostamos porque estamos preocupados em manter o que temos.

É muito comum nos Estados Unidos as pessoas guardarem objetos que não usam, ou não cabem em suas casas, em depósitos alugados. Há um preço para se armazenar tudo, e fazendo a média do tempo que as pessoas deixam suas coisas nesses lugares, daria para comprar tudo outra vez gastando-se muito menos e tendo objetos novos e melhores. Essa regra não se aplica, claro, em caso de mudança em que a pessoa precise guardar suas coisas por um período em que esteja fora da cidade ou mudando de casa.

Ele frisa o fato de termos o que realmente é significativo para a nossa vida. Uma frase que achei muito interessante: quando tudo é precioso, nada é precioso. Precisamos olhar o que possuímos e eleger o que vale o nosso tempo e a nossa energia. Se a nossa casa pegar fogo, o que salvaríamos primeiro? Nossos filhos e bichos de estimação ou a porcelana centenária da nossa avó? Se soubéssemos quanto tempo ainda teremos de vida, como escolheríamos viver? Limpando e arrumando a casa ou brincando com nossos filhos, netos e bichos?

Todos nós temos coisas que guardamos e que pertenceram a nossos antepassados. Precisamos nos prender às lembranças boas e não somente aos objetos. Uma xícara que pertencia a nossa avó não é a nossa avó. Imagine se alguma dia esse objeto se quebra ou alguém o tira de nós. Vale a pena colocar em uma coisa a carga e energia de uma vida toda? Devemos avaliar o que realmente representa o amor que sentíamos por certa pessoa.

Eu guardo um item ou outro de pessoas e momentos significativos em minha vida e reservo um lugar especial para isso. Tenho uma cristaleira pequena em que mantenho lembranças de viagens e outras coisas que me fazem felizes. Nos outros cômodos e armários da casa, tenho coisas que utilizo no dia a dia e posso descartar quando não tiverem mais utilidades. Roupas, sapatos, móveis, eletrônicos, utensílios de cozinha etc, tudo isso pode ser substituído, pois são coisas e o propósito é me dar um conforto em casa, no trabalho e no lazer.

Nós não somos o que possuímos, mas a maneira que escolhemos viver as nossas vidas com as pessoas que amamos e o que nos deixa felizes. Cada um sabe o que é importante para si. Os filhos não lembrarão dos presentes caros que receberam, mas sim dos momentos felizes que os pais passaram com eles, seja em uma casa grande ou pequena, o que importa é o espaço de brincadeira, conversa, descontração. O que fica é a nossa história, a nossa essência.

As coisas vão e vêm e podem ser substituídas. Os momentos e as pessoas, não!






domingo, 23 de outubro de 2016

A REALIZAÇÃO DE UM SONHO DEPENDE DAS SUAS PRIORIDADES







Saudades desse lugar! Sonho realizado com muito esforço! Quando vi uma fita de vídeo-cassete sobre a Big Apple, aos 14 anos, na escola de inglês Inter em que estudei em Paranaguá, não imaginava que um dia veria tudo aquilo ao vivo! Foram anos de dedicação à carreira docente para ter a oportunidade de estar em Nova York. 
Desde os 17 anos, quando entrei na faculdade e comecei a lecionar, não soube o que é estar em casa à noite, pois ao terminar o Curso de Letras, comecei a trabalhar no período noturno e faço isso até hoje. Trabalhei um tempo na minha cidade e me mudei para Curitiba em busca de novas oportunidades. Acordando antes das 5 da manhã para pegar ônibus e dar aulas que começavam antes das 7 horas, conseguimos nos mudar para um lugar um pouco maior. 
Hoje olho para trás e me pergunto se faria tudo de novo e se teria as mesmas escolhas. Creio que as minhas escolhas foram consequências das oportunidades que tive, sendo assim, posso dizer de coração que não me arrependo. E o futuro a Deus pertence, então as minhas próximas escolhas também dependerão de oportunidades e, mais do que tudo, do meu empenho. 
Quando me aposentar, não vou parar de trabalhar definitivamente, mas sim diminuir o ritmo, dedicar-me aos estudos acadêmicos e continuar a realizar os meus sonhos, que é conhecer o máximo de lugares possíveis antes de morrer. 
E o Brasil? Quando irei conhecer? Quando tiver vontade. Há tempo para tudo nessa vida, não admito cobranças de quem não me conhece. Sou feliz assim, com gatas, sem filhos, com passaporte bastante carimbado, sem ambição material e com muita vontade de viver sempre!

sábado, 22 de outubro de 2016

ÔNIBUS HOP ON HOP OFF

Muitas pessoas perguntam se vale a pena pegar os ônibus de turismo "hop on hop off", aqueles em que você pode descer nos pontos turísticos, ver o que lhe interessa e pegar o próximo.
Eu diria que na maioria das vezes vale muito a pena, principalmente quando você chega ao destino depois de longas horas de viagem. Leva-se um certo tempo para se acostumar com o novo fuso horário e à nova rotina de férias. E se você tem apenas alguns dias na cidade, é uma ótima maneira de conhecer os principais pontos, mesmo que seja para uma foto.
Os tickets podem ser comprados pela internet aqui no Brasil, no hotel onde você se hospedar ou mesmo diretamente no ônibus. A maioria deles aceita cartões de crédito e há passes de 24 horas ou mais, dependendo do seu tempo disponível.
Muitas vezes é possível comprar passes em conjunto com atrações turísticas com desconto, e algumas empresas oferecem um livrinho com boletos de descontos em diversos restaurantes, cafés e outros serviços.
Eu gosto de pesquisar nos sites das empresas de ônibus do destino escolhido antecipadamente aqui no Brasil, para ir com uma ideia do tipo de passe que vou escolher. Geralmente compro lá, pois vejo se o hotel indica a melhor empresa e o melhor serviço.
Quase todos os ônibus têm mapas da cidade de graça e fones de ouvido com a gravação do roteiro em várias línguas, inclusive em português. Há aqueles com guias ao vivo em inglês, o que é bem interessante, pois é uma oportunidade de ouvir o sotaque do lugar.
Mesmo nos lugares em que fico por mais tempo, prefiro pegar o ônibus hop on hop off para ter uma ideia geral de tudo e escolher os pontos mais interessantes de visitar.

Amsterdã

Berlim

Budapeste 
Nova York

Lisboa




UM TEMPO SOZINHA

Apesar de não parecer, sou uma pessoa muito introvertida. Essa característica me faz alguém que tira a energia de forma diferente das pessoa...