terça-feira, 8 de agosto de 2017

O VALOR DAS COISAS PARA CADA PESSOA

Washington, DC

Quando revejo uma foto tirada em alguma das minhas viagens, reafirmo a minha opção por ter menos coisas e mais experiências. Essas experiências não são apenas as viagens, mas o prazer de desfrutar de momentos com a minha família, os meus amigos, enfim o que me deixa feliz. 

A impressão que tenho é que as pessoas estão se sacrificando para desfrutar de uma velhice tranquila, no entanto, nem sempre elas conseguem ter saúde para aproveitar esse tempo no futuro.

Desde que a minha mãe morreu, há pouco mais de um ano, venho refletindo sobre os objetivos em minha vida. Perdi minha sogra também, há mais tempo, ainda mais nova, e naquela época já passei a questionar o que e como deveria viver os meus dias, para não me arrepender depois. Foram duas perdas muito significativas em minha vida, então todas as minhas decisões, de uma forma ou outra, trazem um pouco dessa carga, ou seja, não quero passar a vida construindo algo para desfrutar somente depois.

Hoje valorizo todos os momentos, vou a todas as festas para as quais sou convidada, saio com os amigos, como e bebo o que tenho vontade, tento, na medida do possível, realizar os meus pequenos sonhos. Para realizá-los, privei-me de algumas coisas, trabalhei bastante, lutei para isso, e a recompensa veio como resultado do meu esforço. Não estou onde estou por obra do destino ou sorte. 

Essa semana, estive com meu pai e minha irmã juntando umas coisas da minha mãe para doação para um asilo de idosos. Eram tantas coisas guardadas, muitas sem ter sido usadas, talvez por ela esperar uma ocasião especial, que não chegou. Não fiquei angustiada, como achei que ficaria. Pelo contrário, aquilo que juntei para doar foi um alívio no coração, pois sei que serão direcionadas para pessoas que realmente usarão.

Esse ato de destralhe das coisas da minha mãe me deu mais motivação para continuar a viver como estou vivendo. Não quero deixar para depois o que posso fazer agora. Claro que a minha realidade é diferente de muitas pessoas, não tenho filhos, porém o meu ponto aqui é que cada um sabe o valor que deve dar para cada nova aquisição. Cada um deve refletir sobre o que está fazendo para si e para sua família.

Sentar em um café, tomar um vinho bom, comer em um restaurante preferido, pequenas coisas que deixamos de fazer porque estamos atrasados, cansados ou não podemos gastar, pois temos que pagar algo que compramos e nem precisávamos. 

Eu não dirijo, uso transporte público e ando a pé, temos (eu e meu esposo) um carro com vários anos de uso que supre as nossas necessidades de ir ao mercado, viajar para o litoral para ver familiares e ir a alguns eventos na cidade. Para nós dois, o velho Sandero é tudo do que precisamos no momento. Para outras pessoas, talvez, haja a necessidade de uma carro maior para uma família, ou dois até, pois crianças na escola e trabalhos em lugares diferentes e distantes exigem mais que um veículo.

Não há regras definidas para as necessidades de cada um. O que não podemos é ficar escravos das nossas escolhas e deixar a vida passar, sem ao menos desfrutar daquilo que levamos anos para construir. 

Vamos aproveitar os momentos com as pessoas que amamos, deixar de lado as desavenças, as opiniões contrárias e conviver serenamente com as pessoas ao redor. Tudo na vida passa e rápido e daqui não levamos nada além do que vivemos. Deixamos o bem que fizemos uns aos outros, nada mais!






UM TEMPO SOZINHA

Apesar de não parecer, sou uma pessoa muito introvertida. Essa característica me faz alguém que tira a energia de forma diferente das pessoa...