FRANKFURT, ALEMANHA DEZEMBRO 2019

Escrevo o relato da minha última viagem em um momento em que incertezas rondam a cabeça de milhões, para não dizer bilhões de pessoas  no mundo. É difícil colocar os pensamentos no lugar, sabendo que o futuro da humanidade está em grande ameaça. Ao mesmo tempo em que me sinto inquieta e perdendo a esperança de que o mundo supere tudo isso, um sentimento de mudança e renovação cresce dentro de mim e, acredito, dentro da maioria de nós. Enfim, mesmo observando tantas dificuldades, resolvi relatar momentos incríveis que vivi nas últimas férias, começando pela primeira cidade, Frankfurt, Alemanha.

No dia 25 de dezembro de 2019, saí de Curitiba para uma longa jornada até o destino final. Em uma promoção da Latam, consegui uma passagem de Curitiba para Frankfurt, com direito a apenas uma mala de bordo. Até aí tudo bem, pois já tenho viajado leve há alguns anos, o que é ótimo para quem gosta de fazer muitos passeios curtos, partindo dos destinos-base, entrar e sair de trens, ônibus e metrô. O problema é que havia muitas paradas: Curitiba - Guarulhos - Santiago (Chile) - Madrid - Frankfurt. Foi uma viagem bem longa e cansativa, o que me ensinou mais uma lição, ou seja, prestar muita atenção nas conexões, algo que eu já fazia anteriormente, porém dessa vez não me atentei para o detalhe do número de trocas de avião. 

Fora isso, a viagem foi tranquila, sem muitas turbulências, serviço de bordo da companhia muito bom e avião confortável, apesar de ser em classe econômica. Consegui na ida, por um valor promocional, reservar assento no Latam +, o que proporcionou mais espaço para as pernas. Dormir é algo que eu não faço, mesmo em viagens longas, então passei o tempo com filmes, leituras, anotações no roteiro e sonhando com os passeios incríveis que iria fazer.

Estive em Berlim e outras cidades da Alemanha, parte norte, duas vezes. Acredito que, para dizer que conheço um pouco de um país, preciso voltar várias vezes. Frankfurt tem o lado moderno de cidade de negócios e conserva características da cultura medieval. Isso realmente me encanta!

Cheguei ao aeroporto de Frankfurt na tarde do dia 26 de dezembro e fui pegar o trem para o hotel. O sistema ferroviário da Alemanha é fenomenal, eu já havia estado no país duas vezes anteriormente, então sabia que teria muita facilidade em me locomover pelas cidades, utilizando o transporte público. Comprei um ticket nas máquinas da estação de trem dentro do aeroporto e fui em direção à Estação Central de Frankfurt, que é muito grande e conveniente. A maioria das estações de trem centrais no país possuem arquitetura magnífica e essa não seria diferente.

 

Meu hotel era bem perto dali, sendo assim, saí da trem e em cinco minutos estava fazendo o check in. Reservei, como sempre no hoteis.com. Cada 10 diárias em hotéis do aplicativo dão direito a uma grátis. Consegui utilizar duas dessa vez e ainda acumular mais uma para a próxima.

 

TOWNHOUSE HOTEL

Münchener Strasse 42Frankfurt 60329 DE +496971044950

Cheguei bem cansada, assim, apenas comprei algo para comer na estação e fui para o quarto relaxar e me preparar para o dia seguinte. Acordei bem disposta, pois a diferença do Brasil era de 3 horas a mais, tomei um caprichado café com tudo a que tinha direito e saí para andar pela cidade. 

O segredo para economizar em comida é caprichar no café da manhã. Geralmente eu reservo hotel com café, para facilitar. Como pão, queijo, frutas, iogurte, suco, café, frios e ovos. Assim, tenho disposição para caminhar o dia todo. Levo um lanchinho pra comer durante os passeios, uma fruta, suco e bolacha. Tomo um café à tarde para relaxar e rever o roteiro. Compro algo no mercado, geralmente, para comer à noite no hotel. Algo leve, como uma salada variada, um sanduíche ou até mesmo uma fatia de pizza. Raramente vou a restaurantes. Escolho um em cada cidade para provar um prato típico e faço disso uma experiência incluída no roteiro, como um passeio. Recorro, às vezes, a fast food, porém troco a batata por salada, como faço no Brasil. Não é a coisa mais recomendada por nutricionistas, no entanto, só faço isso de vez em quando. Na maioria das vezes compro produtos no mercado para preparar algo no hotel.

A maioria das pessoas vão a Frankfurt apenas para fazer conexão e não incluem a cidade no roteiro, no entanto, acredito que o lugar deveria ser incluído, pois há muitos pontos turísticos interessantes a serem visitados por lá. A cidade foi muito devastada pela guerra, mas reconstruída e representa a força do povo alemão de se reerguer em meio ao caos. 

O hotel ficava em um ponto muito conveniente, perto do centro comercial e da cidade velha, com acesso ao transporte público, restaurantes, cafés e lojas. 

 

 

A catedral de Frankfurt foi destruída na Segunda Guerra Mundial, restando apenas a torre em pé, que não foi derrubada, para servir de guia para os pilotos de aviões. Foi restaurada e aberta ao público com acesso a uma plataforma no topo da torre. A escada é em caracol e meio claustrofóbica, mas a subida vale muito a pena.

 

 
 

 

 

A CIDADE VELHA E A CIDADE MODERNA AO FUNDO

Frankfurt am Main significa Frankfurt sobre o Meno, que é o rio que cruza a cidade. A cidade ganhou o apelido de Mainhattan, alusão à Manhattan, por ser um importante centro financeiro da Europa. A cidade contrasta o moderno e o medieval. Na Europa muitas cidades são cortadas por rios, que permitem passeios de barco imperdíveis. Sempre que posso, faço esses passeios, mesmo com o frio gelando a alma!

 

 

 

 

 

Eu sou a louca dos rooftops! Sempre que viajo, procuro uma torre ou prédio para subir e ver a cidade do alto. Em Frankfurt há vários lugares assim. Esse é o topo da Galeria Kauhof, com terraço, bar e restaurante.

 

A MARCA DA CERVEJA NO BAR NÃO FOI INTENCIONAL

Fazendo jus a essa paixão por rooftops, fui a Main Tower, para ter uma vista fantástica da cidade. O ingresso custa 7,50 euros, mas, como sou estudante, paguei 5 euros. Apresentei minha carteirinha da faculdade mesmo, sem complicações. O dia estava lindo, frio, porém ensolarado.

 

 

 

O rio Main (Meno) corta Frankfurt. Caminhar ao longo da sua margem é um passeio muito agradável para se fazer durante o dia ou à noite. Há várias pontes para fotos e bancos para sentar e apreciar a paisagem. Eu ando muito quando viajo, o que é bom para manter a disposição, depois de comer variados pratos típicos. Essa é uma das razões pelas quais prefiro viajar sozinha. Paro para comer quando tenho vontade e caminho bastante. Ultimamente fujo de lojas e não compro nada além de um ou outro souvenir. Entro em algumas apenas para olhar ou comprar algo para comer. Quando viajo com alguém, deixo bem claro para a pessoa essa escolha e a deixo à vontade para me acompanhar ou não.

 

 

 

 

 

 

OPERA ANTIGA DE FRANKFURT

Dica de viagem: comprei um chip para usar na Alemanha. Fui até uma loja Saturn (bem comum no país), fiz a compra e a atendente fez meu cadastro e já saí de lá com o celular habilitado. É preciso mostrar o passaporte para fazer o cadastro. Dei o endereço do hotel em que me hospedei. Desde 2017 é preciso esse cadastro, apresentando passaporte, para comprar um chip, devido a alguns casos de terrorismo no país. É uma segurança para o turista também, pois, caso o celular seja perdido ou roubado, é possível cancelar e reaver os créditos. Paguei 10 euros em um chip de pouco mais de 2GB com validade para até um mês. A operadora é O2 e pode ser usado em todo o país. Pode-se recarregar, caso acabem os créditos. Deixei habilitado economia de dados e usei wi-fi em alguns lugares, como pontos turísticos, cafés e restaurantes. Utilizei a internet na rua para localização e mensagens de WhatsApp. Quando queria enviar fotos, usava wi-fi para não gastar os créditos.

A Alemanha, de modo geral, é um país barato em comparação com a França, Suíça e Inglaterra, por exemplo.

Curiosamente o frio estava suportável no mês de janeiro, o que proporcionou muitos passeios a pé pela beira do rio. Com um bom casaco, luvas e cachecol era possível caminhar, sem congelar. Estive na Alemanha na mesma época em 2011 e peguei muita neve e temperaturas negativas. Dessa vez a menor temperatura foi de -4º, que pode parecer loucura para muitas pessoas, porém, como sou amante do frio, não tive problemas, pois quase não choveu e o sol brilhou a maior parte do tempo.

Sachsenhausen é um bairro que fica na cidade velha de Frankfurt. Casas em estilo enxaimel e ruas que não foram atingidas pelas bombas da Segunda Guerra são um convite a um passeio a pé, tranquilo e sem pressa. Há muitos bares e restaurantes para quem curte a vida noturna. Para quem prefere turistar durante o dia, como eu, encontra muitos lugares para fotos, principalmente se o dia estiver ensolarado. Perca-se em Sachsenhausen! 

Tenho aprendido a não dar muita atenção a opiniões e seguir a minha intuição. Ouvi dizer que Frankfurt não é um lugar bom para turistar, por ser uma cidade de negócios. No entanto, o que encontrei encheu os meus olhos com muitos encantos. Adorei me perder pelas ruas de Frankfurt.

Passei 7 dias bem aproveitados na cidade, fiz alguns passeios para cidadezinhas ao redor, que descreverei em outros relatos, e segui para o sul da Alemanha. Escolho sempre uma cidade para ficar mais dias e faço passeios de um dia para lugares vizinhos. Algumas pessoas podem achar muito tempo para um destino só e dizer que eu poderia conhecer outras cidades, ou mesmo outros países, porém esse é o meu jeito de viajar. Gosto de respirar o lugar, ir aos mercados, observar os habitantes e descobrir pontos escondidos. Todas as vezes em que saio sem rumo, deparo-me com algo inusitado, e não foi diferente nessa viagem de volta à Alemanha.