quarta-feira, 3 de agosto de 2016

EU NÃO ASSISTO TV (OU RARAMENTE ASSISTO TV)





Há algum tempo venho diminuindo o hábito de assistir TV em geral, aberta ou a cabo. Quando vim morar em Curitiba, há pouco mais de 20 anos, passei a trabalhar a noite, sendo assim, nem mesmo o noticiário e as novelas faziam parte da minha rotina. Na época da faculdade, eu também passava as noites fora, em aula, não tendo o costume de acompanhar alguma novela ou série específica.

Nessa época, só nos restava a TV aberta, em que os canais disponíveis eram Globo, SBT e Bandeirantes, dependendo de como a antena era virada. Bem isso, hoje as crianças e adolescentes nem imaginam a saga que era alguém ficar lá fora virando a antena, enquanto outro membro da família ficava em frente à TV gritando: "vira!", "vira mais!", "tá bom!", "passou!" etc. Havia também o famoso "Bombril" pendurado na antena interna. Desconheço o fator científico que fazia a imagem melhorar um pouco. Controle remoto não existia, nem precisava, pois com três canais, não havia muita opção. A vassoura ajudava às vezes.

Assistia à Globo, na maioria das vezes porque era o canal que pegava melhor e tinha os programas que mais nos interessavam. Quando estudava à tarde, depois de tomar o café, arrumar a cama e fazer a tarefa escolar, assistia ao "Balão Mágico" até a hora do almoço. Ao passar a estudar pela manhã, após o almoço e ajudar a mãe na louça, assistia à Sessão da Tarde, filmes com a Shirley Temple, temas religiosos e da Idade Média, comédias hollywoodianas, dentre outros.

A TV foi de 14 polegadas e em branco por muitos anos e apenas quando eu completei 10 anos, tivemos em casa uma TV de 20 polegadas (PHILCO FORD) e colorida. Até hoje eu lembro a felicidade de ver pela primeira vez o Cid Moreira em cores. Sim, o primeiro programa que vi em cores foi o Jornal Nacional antes de ir para a cama. Até os meus 12 anos, eu e meus irmãos íamos para a cama lá pelas 20h30, quando terminava o jornal.

Com o advento do videocassete, a nossa concepção de TV mudou radicalmente, pois podíamos controlar o andamento do filme e isso era o máximo. Eu já tinha 15 anos e minha mãe comprou um aparelho de 4 cabeças nas Lojas Buri no centro de Paranaguá. Sim, eu sou velha!

Na época do namoro e depois de casada, meu marido e eu passávamos na locadora no final de semana e pegávamos muitos filmes para assistir. Nunca fomos de balada, então o nosso luxo era assistir a um filme em casa, só nós dois ou com amigos, preparando um jantar ou lanche para acompanhar. Quando compramos nosso primeiro DVD, apreciamos a facilidade, pois não precisávamos rebobinar a fita cassete, caso contrário, pagaríamos uma multa de 1 real por filme não rebobinado.

Nessa época, trabalhava os três períodos e não tinha tempo para assistir TV, então continuei a não acompanhar as novelas. Meus pais na época ganharam uma promoção ao comprar um DVD Player: uma assinatura da TV a cabo NET. Foi a primeira vez que tivemos acesso a canais internacionais, o que para mim foi muito interessante, pois sou professora de inglês e poder assistir aos canais de notícias como CNN era algo que ajudaria no desenvolvimento da língua. Era um pacote básico (39,90), no entanto ideal para o que precisávamos, alguns canais de filmes, desenhos, programas em geral.

Com o acesso à Internet banda larga, já não assistíamos com tanta frequência aos canais da TV a cabo, nem mesmo nos final de semana. Desso modo, optamos por cancelá-la e pagar um plano melhor de Internet. Trabalhava bastante e ainda fazia cursos de especialização, o que não possibilitava gastar tempo em frente à TV. Depois, com o NETFLIX, 'streaming' barato em relação à TV a cabo, me convenci de que realmente não precisava pagar caro para assistir a filmes e séries. Claro que as temporadas e lançamentos de filmes demoram mais a chegar, porém aprendi a aproveitar o que me é oferecido, sem estresse ou ansiedade. Esse é um tema para outro post.

Hoje posso dizer que raramente assisto a programas de TV. Tenho TV, aliás duas, uma na sala e outra no quarto que usamos para assistir a filmes baixados, NETFLIX e vídeos do YOUTUBE. Novelas, programas de auditório, culinária, reality shows, dentre outros, não fazem parte da nossa vida. Meu marido ainda assiste ocasionalmente aos jornais da TV aberta na cozinha quando está tomando café da manhã ou nos finais de semana quando estamos preparando o almoço, no entanto eu aproveito o tempo de que disponho para assistir aos canais do YOUTUBE sobre temas que me interessam, como viagens, estilo de vida, organização etc.

Quando viajo para fora do país, costumo ligar a TV do hotel para ouvir a língua local, bem como saber um pouco sobre a cultura do povo que estou visitando. Isso quando chego à noite e me preparo para dormir ou organizo meu itinerário. Na Europa e Estados Unidos não existe TV aberta. É preciso pagar por TV a cabo, assim como Internet.

Claro que quando vou à casa de alguém assisto ao programa que a pessoa está acompanhando, mas prefiro uma boa conversa com um café a prestar atenção no capítulo da novela. Nessas horas um Smartphone carregado me salva a vida. Confesso que tenho preguiça de novelas e não suporto a voz do Faustão.

Desde que adotei um estilo de vida mais leve, com menos coisas materiais, estou menos estressada. Leio mais, passo mais tempo com os entes queridos, estudo, planejo meus destinos de viagem e não sinto necessidade de estar por dentro dos fatos das celebridades. Sei dos acontecimentos pelas redes sociais, disso ainda não desliguei, nem pretendo no momento. Ainda preciso estar em contato com o que está ao meu redor pelo fato de ser professora, então as redes sociais me ajudam a saber as novidades em educação, cursos, documentários etc. Estou sempre online por questão profissional e lazer também.

Sou dona do meu tempo e da minha vida e ninguém melhor pode decidir que roupa vou usar, o que vou comer e como vou passar os meus dias. Não preciso de anúncios publicitários de carros ou bancos me dizendo que eu sou especial. Eu sou o que eu decido ser!









Nenhum comentário:

UM TEMPO SOZINHA

Apesar de não parecer, sou uma pessoa muito introvertida. Essa característica me faz alguém que tira a energia de forma diferente das pessoa...