quinta-feira, 21 de julho de 2016

O MEU INGLÊS E AS MINHAS VIAGENS


O meu interesse pela língua inglesa vem de muitos anos de experiência, desde quando comecei a estudar na escola primária. Lembro das primeiras aulas, apesar da pouca idade que tinha, isso há mais ou menos 40 anos. Além disso, sou professora de inglês há quase 30 anos, o que me dá segurança para dizer o quanto o idioma é importante nas viagens internacionais.

Sempre fui apaixonada por línguas e culturas de outros países e acredito que a minha paixão por viagens vem da sede de conhecimento do modo de vida dos outros povos. Sou de uma época em que era difícil conseguir material para praticar a língua e o que havia era caro demais para adquirir. Quando surgiu o vídeo cassete, pude ter mais contato com o inglês. Alugava os filmes e colocava um pedaço de folha sulfite para cobrir as legendas e prestar atenção na fala dos personagens. Assistia mais de uma vez o filme quando não conseguia entender o enredo, mas não desistia de melhorar o inglês a cada dia.

A minha primeira viagem internacional veio depois de anos de estudo e trabalho. Consegui realizar o sonho de conhecer outro país em 2000. Nessa época eu não tinha nem email e tudo era mais difícil, desde a reserva de passagens até a programação dos passeios e ligações telefônicas.

A sensação de estar na Inglaterra, ouvindo o idioma que eu conhecia dos materiais didáticos, das músicas e dos filmes e programas de TV foi, sem dúvida, indescritível.Vivi na prática o que passei anos estudando e ensinando: chegando ao aeroporto, fazendo um pedido no restaurante, visitando um ponto turístico, andando de transporte público etc.

E com determinação e muito trabalho venho fazendo outras viagens internacionais nos últimos anos, tendo a oportunidade de usar o meu conhecimento do idioma em diversas situações em vários países que visitei. O inglês é realmente essencial para quem quer viajar pelo mundo. Claro que é possível visitar muitos países sem falar uma palavra, no entanto saber um pouco facilita e agiliza muitas situações, desde entender como utilizar as máquinas ATM ou de passes de transporte até pedir informações sobre como chegar a algum lugar determinado.

Há países em que o inglês não é muito difundido, como no leste europeu, por exemplo. Confesso que na Hungria tive um pouco de dificuldade de me fazer entender em algumas situações. As pessoas não são muito abertas com quem não fala o idioma do país, porém, com paciência e procurando os lugares certos, pude visitar os pontos que desejei, sem problemas maiores.

E assim fico tranquila quando me programo para viajar para um país em que o inglês não é a língua oficial. Hoje em dia, com um celular e aplicativos apropriados é tranquilo se virar na maioria dos destinos internacionais. Sonho em visitar a Rússia e fazer a trans siberiana de São Petersburgo até Beijing.

Em minha última viagem à Irlanda, Escócia e Inglaterra, não tive problema algum para me comunicar em todas as situações vivenciadas. Nem na entrada na imigração sozinha tive problemas em provar que estava visitando o país como turista e voltaria ao Brasil na data prevista e indicada na passagem. O oficial pediu para mostrar o dinheiro que eu estava levando, fez várias perguntas a respeito da viagem, bem como da minha profissão no Brasil, enfim fiquei um tempo respondendo a indagações diversas de um profissional que estava cumprindo o seu trabalho.

De todas as viagens, posso dizer que o lugar em que fiquei mais à vontade com relação ao inglês foram os Estados Unidos. Sempre estudei inglês americano, o que faz com que eu tenha mais facilidade em entender as expressões e gírias do idioma. Gosto de assistir a séries e filmes americanos, ouvir músicas americanas, ler notícias artigos da CNN e outros jornais, o que me ajuda a estar sempre em contato com as novidades e modo de falar das pessoas de lá. Na minha profissão isso é primordial. Sinto necessidade de estar sempre atualizada para as minhas aulas.

Quando pisei no aeroporto Kennedy e tive o primeiro contato com a agência de traslado que havia reservado, pensei: "como é bom chegar a um país em que se fala a minha língua!". E isso não é falta de modéstia ou exibicionismo, apenas resultado de anos de aprendizado e encantamento com o idioma. Eu amo o Brasil, sempre faço questão de levar uma boa imagem quando viajo e nunca falo dos nossos problemas para as pessoas com quem tenho contato lá fora. Cada país tem as suas dificuldades e passa por problemas diferenciados, então o meu ponto aqui é a minha identificação com a língua inglesa, fruto de anos de estudo, interesse e dedicação. Isso não tem nada a ver com ideologia ou "síndrome de vira-lata". Além do mais, sou professora de inglês e preciso fazer jus ao que me proponho a ensinar.

Adoro ouvir o inglês britânico, amo literatura inglesa e é por isso que passei um mês no Reino Unido. No entanto, tenho um gosto especial pelo inglês falado nos Estados Unidos. Gosto da sonoridade da língua, das expressões, do tom, enfim da música do idioma.

Posso dizer que sou uma pessoa realizada no sentido de tornar realidade um sonho de criança de viajar para outro país e desenvolver um diálogo com um nativo. Isso vale mais do que todos os bens materiais que eu poderia obter. É satisfação pessoal que ninguém pode tirar de mim.


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